domingo, 7 de junho de 2009

OS JOGOS NAS AULAS DE MATEMÁTICA

POR:

Alesandra Anjos Silva
Cleide Pereira de Souza
Ilmarléia dos Santos Silva
Joelson Silva
Mari Rosângela Novais Caires



RESUMO


O jogo nas aulas de Matemática torna-se uma estratégia de ensino discutida por muitos educadores. Este projeto busca colocá-lo em ação, uma vez que esse recurso pedagógico contribui para a construção do conhecimento matemático, além de tornar as aulas mais prazerosas.
A relevância dada aos jogos neste projeto, faz refletir também sobre o papel do professor, que ao promover atividades lúdico-didáticas deve ter como objetivo principal o desenvolvimento do raciocínio científico e pensamento lógico-matemático dos alunos, através de atividades lúdicas, ampliando cada vez mais as relações sociais e interpessoais.
Para tanto, buscou-se um referencial teórico em vários autores que, por unanimidade, ressaltam a importância dos jogos para o educando, pois leva-o ao exercício de análise e reflexão, desenvolve a sua criatividade e a capacidade de resolver problemas, contribuindo assim para sua inserção na sociedade atual.



JUSTIFICATIVA


Os jogos no ensino da Matemática estimulam não só o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático, como também propiciam a interação e o confronto entre diferentes formas de pensar. O jogo permite ao aluno vivenciar uma experiência com características sociais e culturais, provocando a descentração, aquisição de regras, a expressão do imaginário e a apropriação de conhecimentos.
É nesse contexto que o jogo ganha um espaço como a “ferramenta” ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse dos alunos.
Tendo conhecimento que, por meio dos jogos, podemos trabalhar de maneira lúdica, conteúdos importantes na Educação Matemática é que pensamos em elaborar este projeto voltado para a formação do educando como ser pensante e criativo que necessita desenvolver habilidades e competências, preparando para dar sua contribuição num processo social de se fazer cidadã.
Para tanto, é necessário que se faça o uso dos jogos de forma consciente e não apenas como uma “brincadeira”. Que valorizem os jogos como recursos para a resolução de problemas e outras tarefas diversificadas, que proporcionem aos alunos a oportunidade de lidar com os conhecimentos matemáticos e interrelacioná-los com outras disciplinas. Mas é preciso que o professor tenha clareza quanto aos aspectos procedimentais e atitudinais em relação aos jogos.



OBJETIVO GERAL:


Desenvolver o raciocínio científico e pensamento lógico-matemático das crianças através de atividades lúdicas ampliando cada vez mais as relações sociais e interpessoais.



REFERENCIAL TEÓRICO


É através da atividade concreta que a criança desenvolve a capacidade lógica; a ação deve anteceder ou acompanhar o raciocínio em todas as atividades.
Piaget

A Matemática é uma das mais importantes ferramentas da sociedade moderna. E, quando a criança chega à escola traz consigo as experiências mais simples como contar, comparar e operar sobre quantidade; cabe ao professor utilizá-las como ponto de partida para o conhecimento sistematizado a que o aluno tem direito.
Apropriar-se dos conceitos e procedimentos matemáticos básicos contribui para a formação do futuro cidadão que se engajará no mercado de trabalho e conseqüentemente, sua inserção no âmbito da sociedade atual.
Para exercer plenamente a cidadania é preciso garantir a todos, em igualdade de condições, uma gama de conhecimentos matemáticos que levem o exercício de análise e reflexão e a estimulação das múltiplas inteligências. Isso inclui a compreensão, a capacidade de resolver problemas e o uso de informações numéricas e geométricas usadas hoje em toda parte. Para ANTUNES (1998), “o jogo, em seu sentido integral, é o mais eficiente meio estimulador das inteligências. O espaço do jogo permite que a criança (e até mesmo o adulto) realize tudo quanto deseja”. (p. 17)
A teoria de Piaget também destaca a importância dos jogos na construção do conhecimento pela própria criança, pois além de estimularem o desenvolvimento do raciocínio lógico, promovem a autonomia e a cooperação social, ajudando a superar comportamentos egocêntricos. É um momento para criar regras, discutir, comparar e deduzir.
O ato de trabalhar com jogos além de tornar as atividades mais lúdicas e prazerosas podem se transformar num excelente recurso pedagógico. DANTE (1996) observa o seguinte:
O jogo torna-se uma estratégia de ensino muito importante, pois estimula a interação, a participação, a curiosidade e a criatividade. A situação do jogo, colocada dentro do interesse e possibilidades da criança, estimula a ação e o pensar, libera coragem e aventura na direção do novo. (p. 37)
O jogo é uma atividade que tem valor educacional intrínseco. LEIF diz que “jogar educa, assim como viver educa: sempre sobra alguma coisa”. Mas além desse valor educacional que lhe é inerente, o jogo tem sido utilizado como recurso nas aulas de Matemática, por várias razões, dentre elas, a capacidade de absorver o jogador de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo.
Outro motivo para a introdução de jogos nas aulas de matemática é a possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos alunos que temem a Matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. Dentro da situação do jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a motivação é grande, notamos que, ao mesmo tempo em que estes alunos falam matemática, apresentam também um melhor desempenho e atitudes mais positivas frente a seus processos de aprendizagem. (BORIM, 1996)
É nesse sentido que os jogos devem ser inseridos dentro das salas de aula, numa tentativa de auxiliar o aluno a agir livremente sobre suas ações e decisões, fazendo com que ele “desenvolva a capacidade de compreender e aceitar as dinâmicas de vida tornando a pessoa mais flexível e aberta a mudanças”. (SANTOS, 2003:19)
Segundo BRENELLI (1996) os jogos trabalhados em sala de aula são classificados em jogos estratégicos (trabalham as habilidades que compõem o raciocínio lógico), jogos de treinamentos (utilizados como reforço num determinado conteúdo) e jogos geométricos (que têm como objetivo desenvolver a habilidade de observação e o pensamento lógico).
M. TAHAN (1968) explica, “para que os jogos produzam os efeitos desejados é preciso que sejam, de certa forma, dirigidos pelos educadores”. Partindo do princípio que as crianças pensam de maneira diferente dos adultos e de que nosso objetivo não é ensiná-las a jogar, devemos acompanhar a maneira como as crianças jogam, sendo observadores atentos, interferindo para colocar questões interessantes (sem perturbar a dinâmica dos grupos) para, a partir disso, auxiliá-las a construir regras e a pensar de modo que elas entendam.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1999), “por meio dos jogos as crianças passam a compreender e a utilizar convenções e regras que serão empregadas no processo ensino e aprendizagem”. (p.48) Ressalta também, que:
“A participação em jogos de grupo também representa uma conquista cognitiva, emocional, moral e social para a criança e um estímulo para o desenvolvimento do seu raciocínio lógico”. (IDEM, p. 49)
Os Temas Transversais, descritos nos PCNs, também são contemplados nos jogos com questões que possibilitam ao aluno desenvolver atitudes éticas, valorizar a diversidade étnica e cultural e compreender alguns aspectos relacionados à saúde e ao meio ambiente.
Assim, é essencial ao professor conhecer as condições socioculturais, as necessidades e as capacidades dos seus alunos, caracterizando-se como organizador, consultor, mediador, controlador e incentivador do processo de aprendizagem. Por isso, cabe-lhe analisar e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curricular que se deseja desenvolver.
Desse modo, penso que, através dos jogos, é possível desenvolvermos no aluno, além de habilidades matemáticas, a sua concentração, a sua curiosidade, a consciência de grupo, o coleguismo, o companheirismo, a sua auto-confiança e a sua auto-estima. (LARA, 2003:22)
Nessa visão, os jogos nas aulas de Matemática contemplarão o desenvolvimento de habilidades que possibilitem ao aluno um melhor desempenho no mundo atual em que se exige cada vez mais utilização de conhecimentos científicos e tecnológicos, contribuindo efetivamente para um desempenho escolar e para a participação ativa na sociedade.



REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS

ANTUNES, Celso, 1937. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências/Celso Antunes. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

BORIN. Jogos e resolução de problemas. Uma estratégia para as aulas da matemática. São Paulo IMC – USP: 1996.

BRASIL, Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: MEC / SEF, 1998 (vol. 3)

DANTE, Luis Roberto. Didática da Matemática na pré-escola. São Paulo: Editora Ática, 1996.

LARA, Isabel Cristina Machado de. Jogando com a matemática de 5ª a 8ª série. 1. ed. São Paulo: Rêspel, 2003.

LEIF, Joseph e BRUNELLE, Lucien. O Jogo pelo jogo. Rio de Janeiro, Zahar, 1978, p. 11.