FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Departamento de Educação – Campus I – DEDC I 
Núcleo de Educação a Distância - NEAD 
Licenciatura em Matemática – EaD  Polo – Brumado 
Disciplina: Organização do Trabalho Pedagógico 
Professora: Lúcia de Fátima C. F. Lessa 
Alunos do G4: Alesandra Anjos Silva
                         Cleide Pereira de Souza
                         Mari Rosângela Novais Caires


ATIVIDADE ON-LINE 1


Questão 1: Quais são as principais características das escolas: tradicional, nova, ativa comportamentalista e a construtivista.

Questão 2: Quais são os princípios da pedagogia de Paulo Freire e quais as contribuições para a concretização de um pensamento didático brasileiro.

Questão 3: Fale sobre a influência da didática na formação do educador matemático. Registre em até oito linhas as questões que lhe ocorrem:

Questão 4: Os Parâmetros Curriculares Nacionais poderão nortear a formação inicial e continuada de professores, pois à medida que os fundamentos do currículo se tornam claros fica implícito o tipo de formação que se pretende para o professor, além disso, os parâmetros deixam explícito o papel do(a) professor(a) no ensino fundamental e médio. Ainda que tenhamos clareza da evidência de um novo paradigma para a sociedade, os velhos paradigmas educacionais ainda resistem dentro de um sistema educacional que exige mudanças nas atitudes e ações docentes de maneira a acompanhar o processo de modificação pelo qual passa a sociedade atual.

Fonte: PCN, Parâmetros Curriculares para o Ensino Fundamental e Médio. Brasília, 1998.

Apresente um pequeno texto de até 10 linhas contendo um comentário da idéias apresentadas acima.

 
QUESTÃO 1:

Várias tendências pedagógicas do pensamento didático brasileiro forneceram diretrizes à ação docente e influenciaram as abordagens didáticas no ensino efetivado em nossas escolas. Para melhor compreender esse processo de organização do pensamento didático e sua prática veremos as características das principais escolas: tradicional, nova, ativa, comportamentalista e a construtivista.
Escola tradicional: A educação tradicional se achava centrada no professor e na transmissão do conhecimento. O mestre detinha o saber e a autoridade, dirigia o processo, e, ainda mais, se apresentava como um modelo a seguir.
Nessa escola o aluno recebe ordens, normas, recomendações do professor
e exercita a disciplina, a obediência e o espírito de trabalho. Trata-se de uma relação de superioridade do professor sobre o aluno, em que o saber aparece sob a forma de unidades isoladas de estudo, com enfoque enciclopédico definido de modo muito limitado.
Escola nova: Na escola nova o aluno é o centro. Há uma preocupação muito grande com a sua natureza psicológica. Dessa maneira, os conteúdos giram em torno dos interesses dos alunos. Enquanto facilitador da aprendizagem, o professor deve esforçar-se por despertar o interesse e provocar a curiosidade. Ele conduz o processo de aprendizagem partindo da experiência do aluno, da observação, da manipulação, de atividades sobre realidades concretas como forma de se atingir a abstração pelo método indutivo.
Escola ativa: As relações pessoais são privilegiadas, assim como a preocupação de manter todos os canais de informação a funcionar de forma eficaz.
Na relação professor-aluno, o professor remete-se para uma posição de facilitador de um processo de aprendizagem que é da iniciativa do aluno. A criatividade, a iniciativa, a liberdade individual, a ação e a descoberta são valores que preconizam todas as relações de trabalho. Professores e alunos fazem coisas e aprendem em conjunto. A aula é convertida numa oficina, onde em que os alunos aprendem destrezas, hábitos, técnicas para descobrir o mundo.
Como na escola nova, não existe um livro-texto, nesta escola são os próprios alunos que constroem os seus próprios recursos educativos, com a ajuda do professor.
Escola comportamentalista: Surge como reação à escola nova e à escola ativa, e especialmente ao seu caráter aparentemente desordenado nos processos de ensino aprendizagem. A sua principal fonte de inspiração é a psicologia behaviorista (da palavra inglesa, behaviour = compor tamento), desenvolvida por psicólogos como John Watson, Skinner e outros, mas também se inspira na reflexologia de Pavlov. O seu modelo pedagógico é a pedagogia por objetivos. Identifica-se com o modelo de uma escola disciplinada, tendo como padrões elevados, ou seja, padrões de eficácia. Fundamenta-se no comportamento individual. Não é por outra razão que um dos seus temas-chave é a motivação. DE
A relação professor-aluno está marcada por centenas de objetivos que devem ser atingidos ao longo de todo o processo de ensino e aprendizagem. O saber é transmitido em pequenas unidades previamente divididas em função de objetivos específicos susceptíveis de serem mensuráveis. O aluno recebe estes conteúdos sem qualquer relação com os seus conhecimentos prévios. É difícil neste modelo pensar a globalização e a interdisciplinaridade.
Escola construtivista: Construtivismo é uma das correntes teóricas empenhadas em explicar como a inteligência humana se desenvolve partindo do principio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio. Esta concepção do conhecimento e da aprendizagem que derivam, principalmente, das teorias da epistemologia genética de Jean Piaget parte da idéia de que o homem não nasce inteligente, mas também não é passivo sob a influência do meio, isto é, ele responde aos estímulos externos agindo sobre eles para construir e organizar o seu próprio conhecimento, de forma cada vez mais elaborada. O construtivismo propõe que o aluno participe ativamente do próprio aprendizado, mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estimulo a dúvida e o desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedimentos.
Na relação professor-aluno, o professor é um mediador no processo de ensino e aprendizagem. Compete-lhe planejar, orientar, organizar, proporcionar recursos, e encaminhar as diferentes atividades realizadas pelos alunos. Ele não é um mero instrutor, nem um simples avaliador. Ele ajuda o aluno a relacionar os conhecimentos novos (descobertos na atividade) com os anteriores, deixando o controle de todo o processo a cargo dos alunos.

QUESTÃO 2:
A pedagogia defendida por Freire é aquela que parte da realidade do aluno respeitando sua forma de interpretação, buscando superá-la e construir um conhecimento novo, dando a possibilidade de crescimento pessoal e intelectual possibilitando viver melhor em sociedade. Ele mesmo dizia que não era criador de um “método de alfabetização ou de conscientização”, mas o que propunha era um conjunto de princípios, de valores pedagógicos “encharcados” de realidade.
Ele defendia que o conhecimento novo não é apenas conhecimento teórico do educar ou o conhecimento empírico do aluno, mas algo diferente. Um conhecimento que integra prática e teoria, e desperta ambos os sujeitos do processo educativo – educando e educador; dirigente e dirigido; liderança e base – para a luta de transformação da realidade.
Paulo Freire defende a educação como um ato político que reeduca professor e aluno. É mais do que a transmissão de conteúdos, envolve postura e atitude diante do “outro”. Não é a teoria ou os conceitos abstratos que educam, é a pratica concreta que, sendo pensada à luz da teoria, transforma a realidade através do diálogo libertador estabelecido entre o educador e o educando.

QUESTÃO 3:
Na formação pedagógica dos professores, a Didática tem de merecer atenção especial e deve ser concebida como de alta relevância para a construção de uma escola de maior qualidade. Toda a atuação do professor com os alunos pressupõe uma perspectiva didática, clara. É a partir dela que cada professor seleciona objetivos, organiza atividades, formula critérios de avaliação, determina procedimentos de atuação para cada tipo de situação.
Nessa perspectiva, a Didática tem como objetivo a compreensão dos diferentes determinantes da prática pedagógica e a construção de forma que possa nela intervir no sentido de favorecer a formação de sujeitos mais reflexivos, críticos e comprometidos com uma democracia real, para todos. Assim, ela deve ser uma área de estudo privilegiada nos cursos de formação de professores.

QUESTÃO 4:
Sabe-se que as instituições educativas e os professores exercem um papel de fundamental importância para a sociedade que está em constante transformação, sendo assim, os PCNs procuram ressaltar a necessidade da escola ampliar seus objetivos e ir além da apropriação dos conteúdos.
“Para a implementação dessas novas diretrizes, ou seja, sua tradução em práticas escolares concretas, não existe fórmulas prontas. Esse processo depende, ao contrário, de um movimento contínuo de reflexão, investigação e atuação, necessariamente permeado de diálogo constante” (Brasil, 2002, p.60).
Neste intuito vê-se a considerável importância de uma formação continuada de professores para implementar novas práticas e aperfeiçoar as já existentes. Esta formação ultrapassa uma simples atualização científica, pedagógica e didática e se converte em uma rica possibilidade de criar espaços de participação, reflexão e formação para que as pessoas aprendam e se adaptam para conviver com as mudanças e as incertezas.

REFERÊNCIAS:

AZENHA. Maria da Graça. Construtivismo: De Piaget a Emilia Ferreiro. São Paulo: Ática, 1997.

DALBERIO.Maria Célia Borges e DALBERIO Osvaldo. A formação docente: a mediação da didática para um ensino de melhor qualidade. Revista Iberoamericana de Educación / Revista Ibero-americana de Educação (ISSN: 1681-5653)

GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro. São Paulo: Ática, 1988.

LEGAL, José Eduardo. Psicologia do Desenvolvimento e aprendizagem. Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2009

PIRES, Maria Auxiliadora Lisboa Moreno. P667 Organização e trabalho pedagógico - licenciatura em matemática 2 ed. Lisboa Moreno Pires; Iran Abreu Mendes. - Salvador: UNEB / GEAD, 2010.